sábado, 18 de julho de 2009

Os movimentos sociais na América Latina nos anos 70 e 80 coexistiram com ditaduras autoritárias que buscavam neutralizar a ameaça comunista que afligiam o mundo após a Segunda Guerra Mundial. No Brasil o movimento tem como base a ação de trabalhadores ligados ao movimento operário e ao novo Sindicalismo Urbano, como também a participação da Igreja Católica com sua pastorais e as Comunidades Eclesiástica de Base, que tiveram grande importância para a construção desse movimento. Com a reabertura política após o fim da ditadura e a Constituição Federal de 1988, a participação popular passa a ser mais abrangente e a responsabilidade política pode ser dividida entre Estado e Sociedade. Os avanços mais significativos nas políticas sociais estão na área da saúde, educação e habitação.
Nos anos 70 no Brasil começa o movimento de educação popular, inspirado no ideário construído a partir da junção de conceitos marxistas e do cristianismo, tendo em Paulo Freire o seu principal representante, pois este conseguia compreender como a educação deveria ser realizada para um homem simples, e percebia que a cultura dita popular era central nessa formação, e utilizava a alfabetização como um momento de libertação, a leitura, a capacidade de interpretação liberta o homem para pensar. Sendo a tarefa de um educador compreender a cultura que o mesmo está inserido e fazer com que o educando passa se tornar sujeito de sua vida. É essa concepção de educação que vai influenciar principalmente nos anos 80 organizações populares, setores progressistas da Igreja Católica e movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem - Terra que passam a ter estruturas educacionais com concepção própria de uma educação emancipatoria.
No que tange a uma democracia participativa os movimentos sociais contribuem para um desenvolvimento político e para a emancipação social, demonstrando que não somente os partidos políticos e as elites estão aptos a discutir problemas sociais, visto que a esfera publica é o espaço de todos os cidadãos, que usando de comunicação e do direito de participação política podem usar os Movimentos Sociais como canal de reenvidicação para melhoria de suas condições de vida e a construção de uma sociedade sem injustiças sociais. Portanto a defesa de uma democracia participativa que de voz as classes oprimidas é uma necessidade do Estado Democrático de Direito.
O que se percebe cada vez mais é a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais, pois utilizando de um discurso de combate ao crime e de dar segurança a sociedade, o Estado está exercendo um profundo controle social da pobreza e um ataque a qualquer organização que lute por esta. Militantes são assassinados, trabalhadores em greve são ameaçados pela policia ou atacados por esta.
A mídia é o principal canal pela qual a imagem dos movimentos sociais como baderneiros ou vagabundos é passada para a população, grandes jornais publicam reportagens como a do protesto dos motoristas de vans no Rio de Janeiro colocando-os como baderneiros que querem atrapalhar o transito da cidade e atacam os policiais na frente do palácio do governo, porém não mencionam que esses trabalhadores estão tendo suas condições de trabalho retiradas pela prefeitura da cidade a favor dos grandes empresários de ônibus da cidade, e que eles foram atacados pelos policiais que não permitiam sua aproximação do palácio do governo.
Falar da organização política do Assistente Social e os Movimentos Sociais é ter a convicção da atuação no campo da militância política, pois entendo que o caráter estratégico do movimento social é imprescindível para o fortalecimento desta profissão que tem na intervenção na linha dos direitos seu maior instrumento de trabalho.
Somente o desenvolvimento continuado dessa relação Assistente Social e Movimento Social, servirá para o fortalecimento da luta pela efetivação dos direitos e de uma compreensão maior da luta popular, pois é nas organizações de massa que se encontram os verdadeiros protagonistas da luta emancipadora.

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